Politica

Iniciativa tenta traduzir “S” do ESG em ações práticas para empresas brasileiras

Evento realizado na sede da Fiesp apresentou o “Empresas sem Pobreza”, que é promovido no Brasil pelo Instituto Polaris

O “Empresas sem Pobreza”, iniciativa promovida no Brasil pelo Instituto Polaris, tenta traduzir em ações práticas o conceito por trás do “S” do ESG, o “Social”. A entidade realizou evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira (5) para apresentar o programa.

A iniciativa se baseia no “Semáforo da Pobreza”, cujo pioneiro é o diretor-executivo da Fundação Paraguaia, Martin Burt — que esteve presente no evento.

O Polaris e o Banco da Família atuam como “hubs” do programa no Brasil, se aliando a empresas para implementá-las junto a seus colaboradores ou comunidade onde está estabelecida.

Em resumo, funciona da seguinte maneira: a Polaris e a empresa distribuem questionários ao público-alvo, que avaliam com “sinal” vermelho, amarelo ou verde fatores que dizem respeito ao seu “bem-estar”; a partir disso, todos os atores traçam caminhos para endereçá-los.

“Em vez de se medir somente a pobreza monetária, se mede a pobreza multidimensional. Isso permite incorporar indicadores subjetivos: perguntamos sobre o acesso à água, educação, saúde, mas também sobre motivação, plano de vida, autoestima. E em o governo ser o único que mede isso, escutamos as famílias”, disse.

Em entrevista a presidente do Instituto Polaris, Gigi Cavalieri, afirmou que o “Empresa sem Pobreza” também atende à lógica empresarial e pode gerar um “ganha-ganha” aos parceiros.

“Conhecendo as necessidades dos colaboradores, será possível melhorar sua qualidade de vida. Se um colaborador passa por dificuldades, ele produzirá menos. A partir do momento em que a pessoa tem uma qualidade de vida melhor, a produção dela é maior, por isso é um ganha-ganha”, defendeu.

Cavalieri disse esperar que o evento, que contou com a presença de empresários de diversos segmentos e do setor de recursos humanos, seja um propulsor para o programa e atraia novos parceiros.

Esteve também na Fiesp Rodrigo Mauro, que é diretor-geral da Construtora REM, uma das empresas que é parceira da iniciativa. Segundo o executivo, a implementação já teve sua largada, com a aplicação de questionários a cerca de 50 funcionários. Os sinais vermelhos se concentraram em três quesitos: esporte e saúde, educação e empreendedorismo.

“Estamos neste momento traçando as estratégias para envolver a família. A ideia é fazer um evento em um final de semana, com cônjuge e filhos, para recolher mais algumas informações”, atualizou sobre a implementação no evento.

A solenidade também ficou marcada pelo lançamento da versão em português do livro “Quem é o dono da pobreza”, que foi escrito originalmente pelo paraguaio Burt e traça as diretrizes para o “Semáforo da Pobreza” e para o “Empresa sem Pobreza”.

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